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Em tempo de pandemia, o que fazem as crianças?

  • Writer: Felipe F. Freitas
    Felipe F. Freitas
  • Mar 21, 2020
  • 2 min read

Para início de conversa: não existem famílias perfeitas, de anúncio de margarina. Temos famílias possíveis. E nesse momento de situações que fogem ao controle, em que protocolos mudam rapidamente e os próprios líderes mundiais batem cabeça, quem é capaz de dizer o que cada responsável deve fazer ou deixar de fazer com as suas crianças no contexto de quarentena? Existem tantas particularidades de cada família, potencializadas por esse estado de pandemia, que não existe bola de cristal e fórmula mágica. O que existe, refletindo, é muito mais uma pressão – no meio de tantas outras – para esses pais serem “assim” ou “assado”.

Além disso, ao pensarmos que os pais precisam elencar inúmeras atividades para as crianças, deixamos de acreditar na própria capacidade das mesmas de criarem suas brincadeiras, suas próprias soluções. De construírem novas formas diante desse novo cenário. E, pra isso, elas também precisam de tempo. Por exemplo, que tal pensarmos que existem possibilidades além dos manuais de “1001 alternativas de atividades com seus filhos em quarentena”? Será que é possível atividades construídas em conjunto? Ou mesmo simplesmente abrir espaço para a criança lidar com o ócio.

Tempo e espaço, algo que as atribuladas agendas infantis não têm, são importantes para o borbulhar criativo. Então, para vocês, nas novas construções de rotina, de atividades, de espaços vazios, o quanto é razoável que as crianças estejam incluídas nesse processo? Isso não desqualifica as sugestões de atividades, mas coloca o infante como ator principal.

E com o cuidado de eu não cair na construção de um novo manual, e por não estar diretamente lidando com as singularidades de cada família e das próprias crianças, é necessário frisar que o que escrevo não é um “dever”. É simplesmente um tipo de “fazer”.

Tem muita coisa desenrolando-se a partir desse episódio de pandemia. Coisas desestruturantes. E assim, mais uma vez, no mundo que vivemos, distante da Ilha de Caras, existem as famílias reais, as famílias possíveis. Então, sejamos empáticos.

 
 
 

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